Idiossincrasias
05-01-2018
“Vivi sempre a mil, fiz sempre tudo com prazer e sem qualquer
arrependimento”
Cicciolina
regressa a Portugal, através do Questões do Forno Interno, 30 anos depois de
ter interrompido a enfadonha sessão de trabalhos no Parlamento e de um show
nocturno no Coliseu. Continua ativa.
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Convenhamos, é um diálogo ortodoxo.
– Tovar, o jantar já está na mesa.
– Deixa-me só enviar um e-mail à
Cicciolina.
Whaaaaaaaaaaaaaat?
Yup, é isso. A Cicciolina tem um
e-mail. Como faz precisamente 30 anos da visita de Cicciolina a Portugal, cá
vai disto: um e-mail para aqui, outro para ali e, tchan tchan tchan
tchaaaaaaaaaan, uma entrevista à figura do nosso contentamento. Estamos em
1987, dia 18 Novembro. No aeroporto da Portela, a azáfama é fora do normal.
Menos de 12 horas depois, ei-la no Parlamento. À noite, num evento patrocinado
pelo jornal Tal & Qual, o show de Cicciolina no Coliseu dos Recreios.
Os dois acontecimentos viram notícia,
até porque Cicciolina faz das suas. Então? Às tantas, em São Bento, destapa o vestido
branco e vêem-se os seios. É a sua imagem de marca. A de Cicciolina (ou melhor,
Ilona Staller, húngara de nascimento há 65 anos), política italiana do Partido
Radical. Entre críticas femininas, apupos machistas e outros que tais,
Cicciolina desfila em Lisboa e entra no Parlamento, onde subverte por completo
a enfadonha sessão de trabalhos. A única parlamentar que a recebe é
Natália Correia, que escreve este pedaço maravilhoso de texto. Ler para
crer.
Estava o Parlamento em tédio morno
Do Processo Penal a lei moendo
Quando carnal a deputada porno
Entra em S. Bento. Horror! Caso
tremendo!
Leda à tribuna dos solenes sobe
A lasciva onorevole Cicciolina
E seus pares saudando ali descobre
O botão rosado da tettina.
Para que dos pais da Pátria o pudor
vença,
Do castro bracarense o verbo chispa:
“Cesse a sessão em nome da decência
Antes que a Messalina mais se dispa.”
Mas – ó partidas que prega a
estatuária! –
Que fazer no hemiciclo avesso ao nu
Daquela estátua que a nudez plenária
Ali ostenta sem pudor nenhum?
Eis que o demo-cristão então concebe
As vergonhas velar da escultura.
Honesta inspiração do céu recebe
E moção apresenta de censura:
Poupado seja à nudez viciosa
O olhar parlamentar votado ao bem.
Da estátua tapem-se as partes
vergonhosas.
Ponham-lhe cuequinhas e soutiens.
O que te lembras de Portugal há 30
anos?
Antes de tudo, gostaria de salientar que eu não estava há apenas 30 anos em
Portugal, mas também há dois anos para um evento muito bem sucedido numa
discoteca de Lisboa, através do meu Tour Amor, em que sou a Special Guest Star
nas melhores casas noturnas do mundo. Essa noite de há dois anos foi um sucesso
extraordinário.
Então?
Rendeu uma receita de 25 mil euros.
E há 30 anos, que tal?
Diferente, outros tempos.
Foste ao Parlamento, à tarde, e ao
Coliseu, à noite.
E conheci Lisboa, uma cidade verdadeiramente romântica, pacífica e alegre ao
mesmo tempo. Acima de tudo, não há flores tão coloridas como as de Lisboa. Essa
é a imagem de marca desde 1987. Apanhei dias de sol, o que me deu tempo para
percorrer as ruas estreitas e fiquei tão contente por ver alguns becos cheios
de Bouganville.
Hein?
Bouganville [Cicciolina lá nos soletra tintim por tintim e vamos dar a
buganvília, uma planta trepadeira da América, cheia de flores coloridas].
Adorei essa Lisboa cheio de buganvílias.
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